Dra. Cristiane Pertusi Psicóloga e Coach

ARTIGOS

Excesso de conectividade

 O Mundo da tecnologia traz benefícios como maior acesso a informação e maior agilidade e rapidez na comunicação, porém quando vira o principal e único foco pode trazer prejuízos sociais como afastamento das interações sociais e reais, menor tolerância à realidade e frustração com os aspectos positivos e negativos do cotidiano. Uma falsa sensação de que o mundo está ao nosso “controle” em um simples click do mouse. O isolamento afetivo pode se exacerbar em pessoas que já têm tendência a timidez e insegurança. Assim como irritabilidade em pessoas que querem agilidade em todos os aspectos de sua vida assim como pessoas que querem ter o controle de tudo e de todos.
O hábito constante de conectar-se virtualmente em excesso…ou seja passa a ser um vício que pode trazer afastamento afetivo do mundo real, desenvolve padrões de comportamento de adição (comportamentos repetitivos) que quando impossibilitado de usar gera na pessoa “síndrome de abstinência” como em outros vícios.
O mundo virtual permite um certo isolamento, acomodação e exacerba a característica de controle.
As mídias sociais ao colocar em evidência a vida, hábitos e costumes “full time” possibilita que as pessoas o tempo todo comparem sua vida com os demais e dependendo do tipo de personalidade, tende a deprimir-se por perceber sua vida diferente e às vezes com menos possibilidades do que os outros.
As redes sociais e demais conexões devem ser utilizadas dentro de um limite que não impeça você de “dar atenção, vivenciar e se emocionar com o mundo real”. Não pode impedir diálogos, diversão real e relacionamentos aonde a afetividade fica em segundo plano.
Acredito que com força de vontade toda e qualquer pessoa pode desenvolver um autocontrole, porém o tipo de vício e grau de dependência vai depender das características de personalidade. Pessoas com personalidade mais introspectiva podem ter uma tendência a vícios que reforcem o isolamento, outros estilos mais ansiosos e controladores podem querer estar visualizando tudo e todos e saber o que acontece nas mídias de maneira mais compulsiva.
Saiba como o excesso de conectividade pode provocar os fatos abaixo e o que fazer para usar a tecnologia de forma positiva e não ter esse tipo de problema:
– Diminui a memória – na medida que presta atenção parcial a situação, recebe excesso de estimulo visual e auditivo que o cérebro pode não conseguir armazenar na mesma proporção;
– Piora o raciocínio – Age por impulso sem pensar antes e pode não responder com certa lógica e sim mais na emocional idade;
– Piora a qualidade das relações – promove maior afastamento, dificuldade de atentar-se para as emoções suas e alheias, pode exacerbar características de introversão, ansiedade e impulsividade etc;
– Tira o foco – diminui a concentração na medida que recebe inúmeros estímulos diversos e as vezes difusos.
Muitos estudos evidenciam que ao “poder” comparar-se em excesso sua vida com o estilo de outras pode interferir em aspectos de autoestima, auto-conceito fatores que desencadeiam aspectos depressivos na personalidade. Manifestações depressivas podem se exacerbar ao estar com o foco em excesso na “vida alheia”, fazendo acreditar que sua vida não é tão boa quanto a dos outros, que nada é tão suficiente. É preciso perceber que mesmo que seu amigo poste só coisas sensacionais isso pode não garantir a felicidade dele internamente e nem que a vida é perfeita.
Não use as mídias como se fosse a sua língua….que fala sem parar, que não pensa o que e como irá se expor, isso pode prejudicar sua imagem. Assim como não se deve abrir o coração para qualquer pessoa somente para um melhor amigo ou um familiar em quem você confia, busque também não expor a sua vida o tempo todo e a qualquer momento.