Dra. Cristiane Pertusi Psicóloga e Coach

ARTIGOS

Ser mãe nesse corre-corre da vida

 Quando se fala em maternidade, tudo é lindo, delicado, em tons de rosa e azul-bebê. Parece que toda mãe caminha nas nuvens! O que poucas têm a coragem de dizer é que nem sempre tudo transcorre dessa maneira: mães perdem a calma muitas vezes, ficam esgotadas e sem saber o que fazer, e não raro perdem sua identidade no meio disso tudo. Afinal, não existe um manual de instruções para a maternidade…
Não dê espaço para o sentimento de culpa
A vida moderna facilita muito o nosso cotidiano: fraldas descartáveis, papinhas prontas, babá eletrônica… Mas, apesar de todos esses artifícios, não é nada fácil dar conta da maternidade e dos diversos outros papéis que assumimos com o passar do tempo. As questões operacionais do cuidado físico do bebê são parte do papel de mãe, mas pequenas perto da demanda emocional que a relação mãe-bebê exige da mulher. No mundo moderno, cada vez mais complexo e demandando papéis múltiplos, a mulher precisa amadurecer para dar conta do cuidado psicológico do bebê, assim como de sua vida afetiva (papel de esposa), papel profissional e demais papéis sociais exigidos.
Liberte-se dos estereótipos
Sabe aquela imagem da mãe perfeita, profissional exemplar, exímia dona de casa, excelente esposa e amante, linda, com aquele corpão, que intimamente acalentamos lá no fundo? Esqueça! Ninguém é perfeito no mundo real. “A pressão imposta pode servir como referência, mas não como aprisionamento a modelos e estereótipos”, diz a psicóloga. É preciso encontrar um ponto de equilíbrio de desenvolvimento em que a mulher se sinta à vontade e capaz de cumprir demandas dos diversos papéis sociais de maneira autônoma e satisfatória, para sentir-se bem e dando conta de seu mundo, seu cotidiano e sua vida afetiva.
Organize-se
Tire um tempo só pra você e encare como necessidade básica. O autocuidado, o poder de realizar atividades que deem prazer, ajuda a revigorar a mente, permite que a mulher se sinta, se perceba, se cuide, tenha satisfação com seu mundo, com seus gostos, invista em sua individualidade, pois somente assim estará mais inteira, dará mais de seu lado positivo em seus vínculos afetivos e sociais.
Mesmo que você não tenha com quem contar para dar aquela força, é possível. Se você não possui um parceiro para compartilhar, nem parentes a quem recorrer, busque organizar, planejar e criar uma rotina para você e para a criança, isso ajudará a dar conta das demandas físicas, psíquicas e sociais que um bebê exige. Uma mulher/mãe com um mínimo de organização consegue ficar mais tranquila, deixar o pequenino mais tranquilo e melhora a qualidade e quantidade de tempo do vínculo mãe-bebê.